Hoje em dia, parece que a inteligência artificial virou religião.
Tem gente tratando como salvação. Como se bastasse pedir e tudo se resolvesse. Como se desenvolver software fosse só isso: pedir. E pior — tem gente acreditando.
Disseram que a inteligência artificial é o novo Messias. E muita gente acreditou.
Ajoelharam diante do prompt. Rezar virou pedir código.
Mas esqueceram de aprender. Copiar não é criar. Repetir não é entender.
Esse “milagre artificial” que tanta gente venera não é milagre. É ferramenta. É instrumento. É auxílio.
Só que tem muita gente usando como muleta. Pior: como bengala pra atravessar um campo minado que nunca estudaram.
Você não aprende a programar perguntando tudo. Você aprende errando. Debugando. Perdendo horas numa vírgula fora do lugar. Refazendo raciocínios. Levando porrada até entender o que está fazendo.
Hoje, vejo novato confiando em qualquer coisa que a IA escreve. Confiam mais em tokens do que em lógica. Mais em sugestões do que em fundamentos. Mais em velocidade do que em verdade.
Só que o código vai rodar. E o sistema vai cair. E o “milagre” vai virar tragédia.
Software bom não nasce de milagre. Nasce de critério. Experiência. Consciência. E, principalmente, de responsabilidade.
Não existe IA que pense como quem já viveu um rollback em produção afetando 50 milhões de pessoas. Não existe algoritmo que substitua o peso de decisões críticas. Não existe mágica no push final.
A inteligência artificial vai ser nossa orquestra. Mas o maestro ainda é humano.
Pelo menos… por enquanto.